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Como proteger o bem-estar do seu filho na separação

  • Foto do escritor: Joyce Oliveira
    Joyce Oliveira
  • 4 de nov.
  • 4 min de leitura
Como proteger o bem-estar do seu filho na separação
Como proteger o bem-estar do seu filho na separação

A separação é um momento de mudança profunda na vida de todos os envolvidos, especialmente dos filhos.

Rotina, casa, tempo, sentimentos… tudo se reorganiza.

É comum que os pais sintam medo de causar sofrimento ou prejudiquem o desenvolvimento emocional das crianças. Em alguns casos, esse receio é tão grande que o casal acaba adiando ou evitando a separação, mesmo quando a relação já não faz bem a ninguém. Há também quem, sem perceber, acabe colocando a criança no centro dos conflitos, como se ela fosse responsável pelo que está acontecendo.

A verdade é que ninguém fica junto pensando em se separar depois, ainda mais quando tem filhos.

Mas há situações em que a separação é a única saída possível para restabelecer o equilíbrio, o respeito e até a saúde emocional da família.

E o fato é que a separação não precisa ser sinônimo de trauma.

Com diálogo, maturidade e orientação adequada, é possível preservar o bem-estar dos filhos e garantir que cresçam em um ambiente de segurança e afeto.

Veja algumas atitudes que fazem toda diferença nesse processo:


1. Priorize o diálogo respeitoso

Durante e após a separação, é essencial que os pais evitem discussões e críticas ao outro genitor na frente da criança.

Essas situações geram insegurança e podem causar danos emocionais profundos, inclusive com risco de caracterizar alienação parental.

A criança precisa sentir que pode amar e conviver com ambos os pais, sem medo de decepcionar ninguém.

Isso não significa que os pais precisam se amar, mas que mantenham o mínimo de entendimento e respeito, lembrando que a criança não tem culpa.

Questões entre adultos devem ser resolvidas entre adultos.


2. Mantenha a rotina o mais estável possível

Mudanças são inevitáveis, mas manter a previsibilidade ajuda a criança a se adaptar com mais tranquilidade.

Tente preservar horários, escola e atividades já conhecidas.

A estabilidade da rotina transmite segurança e mostra que, mesmo com a separação, o amor e o cuidado continuam sendo uma constante.


3. Ouça os sentimentos do seu filho

Crianças também sentem medo, culpa e saudade.

Elas podem não saber expressar tudo com palavras, mas os comportamentos dizem muito: tristeza, irritação, isolamento, dificuldades na escola.

Por isso, observe e esteja disponível para ouvir.

Acolher e validar o que a criança sente é uma das formas mais poderosas de ajudá-la a atravessar o momento com equilíbrio emocional.

E, sempre que possível, busque apoio psicológico, tanto para o filho quanto para os próprios pais.

O acompanhamento com um psicólogo infantil pode ajudar a criança a compreender e lidar melhor com as mudanças, enquanto os adultos aprendem a se comunicar e a cooperar de forma mais saudável.


4. Busque acordos equilibrados

A guarda compartilhada e a convivência saudável com ambos os pais são, na maioria das vezes, o melhor caminho.

Não é à toa que a guarda compartilhada se tornou regra no Brasil: ela busca preservar o bem-estar do filho e fortalecer os vínculos afetivos com ambos os genitores.

Mas isso não significa que ela será obrigatoriamente aplicada ou que será a melhor solução em todos os casos.

Essas decisões devem ser tomadas sempre com base no melhor interesse da criança, e não em disputas ou ressentimentos do casal.

Mesmo quando a guarda é unilateral, o filho tem o direito de conviver com o genitor que não detém a guarda, e esse direito precisa ser respeitado e estimulado.

Quando os pais conseguem construir acordos equilibrados, a criança cresce sabendo que, mesmo separados, seus pais continuam sendo uma equipe no que realmente importa: o seu bem-estar.


Dica bônus: quando um dos pais cria o filho sozinho

Em muitos casos, após a separação, é um dos pais que acaba assumindo quase toda a responsabilidade pela criação dos filhos.

Nessas situações, é importante ter cuidado para não transformar a ausência do outro genitor em um peso emocional para a criança.

Por mais difícil que seja lidar com a decepção, a mágoa ou o abandono, falar mal do outro genitor ou reforçar a sua ausência pode causar feridas profundas.

A criança já cresce sentindo a falta de um dos pais, e isso se torna ainda mais doloroso quando quem a cria aumenta essa visão negativa.

Proteger o bem-estar do filho significa também permitir que ele forme suas próprias percepções, sem carregar o ressentimento dos adultos.

Se um dia ele desejar se reaproximar ou entender essa relação, que seja uma decisão livre e consciente, tomada com maturidade.

O respeito, mesmo diante da ausência, é um gesto de amor e de proteção emocional.


Conclusão

A separação marca o fim de um ciclo, mas também pode ser o início de uma nova fase mais saudável e respeitosa, inclusive para os filhos.

É essencial que, nesse momento, haja o acompanhamento jurídico especializado, para que os pais possam cuidar não apenas das questões legais e burocráticas, mas também do bem-estar da família, especialmente das crianças e adolescentes, que são a parte mais vulnerável desse processo.

Com diálogo, empatia e o apoio certo, é possível transformar um momento difícil em uma oportunidade de crescimento e amadurecimento familiar.



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